A segunda metade do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias de comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o Homem e seus aspectos, constituídas no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A Modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na Verdade, alcançável pela Razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir estes dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes. Uma vez adotados, eles serviriam de base para o período que se tenta anunciar no pensamento, na ciência e na tecnologia, de superação da Modernidade. Seria, então, o primeiro período histórico a já nascer batizado: a Pós-Modernidade.
Chama-se de Pós-Modernidade a condição sócio-cultural e estética do capitalismo contemporâneo, também chamado de pós-industrial ou financeiro. Se os fatores determinantes forem infra-estruturais, pode-se dizer que a Pós-Modernidade começa com a passagem das relações de produção industriais para as pós-industriais, baseadas fundamentalmente em serviços e trocas de bens simbólicos ou abstratos, como a informação e a circulação de "dinheiro" nos caminhos virtuais da especulação financeira. Neste caso, ela seria de distribuição desigual: realidade já presente em algumas regiões e ainda muito distante para outras, pois a organização das relações de produção não se dá de forma homogênea — ainda — em todas as partes do mundo
Contudo, se for a superestrutura que define as alterações, a Pós-Modernidade nasce no processo de contestação das certezas metafísicas do pensamento moderno na segunda metade do século XX. Do fim da Primeira Guerra Mundial em diante, uma onda de revisionismo e romantismo varreu o pensamento ocidental e cosmopolita. Gradualmente, cresceu a concepção de que nem o capitalismo seria demoníaco e nem o socialismo seria libertador, ou vice-versa. Se for este o caso, haveria uma Pós-a Pós-Modernidade deixe de ser um conceito hipotético e passe a ser uma configuração real da cultura. Não deve ser por acaso que as contestações relativistas tenham aparecido justamente nos mesmos países em que a economia caminhou para o estágio de produção pós-industrial. Na Europa Ocidental e na América do Norte verificou-se o conjunto de fenômenos socio-culturais que permitiram identificar os tais novos valores. o termo pós-modernidade é também usado para demarcar a arquitetura surgida nos anos 1950, com ângulos não ortogonais.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
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